quarta-feira, 30 de setembro de 2009

DUME - Terra Nossa de Cada Dia

Está disponível o Boletim de Outubro
Exercite o melhor que há em si,
desfrutando desta reflexão e partilha!
O Suplemento leva-nos até ao Reino Fungi: o dos COGUMELOS

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domingo, 27 de setembro de 2009

PESSOA (8ª semana)

Capítulo 5 – REMANASCENTE

Eis o mar, cenário de tantas lutas, derrotas e vitórias, para os “Heróis do mar, nobre Povo, Nação valente…”

Como tornar-me “imortal”? - pergunta transversal à Humanidade, de todos os tempos, de todos os lugares, de todas as condições…

Uma possível resposta grávida de perguntas:

- Participando como cidadão consciente, livre e responsável. Pergunta-se: Pela quantidade (massificação)? Ou pela qualidade (espaços de valorização pessoal e social, em pequenos grupos participativos, inter-activos, criativos…)? Uma espécie de “heróis do rio”, que flui em cada pessoa, não será assim PC? (14)

E você leitor/a, que diz? Que pensa? Que sente?
Uma segunda imagem: eis a foz do rio Homem (poderíamos chamar-lhe Ser Humano, porque inclui o masculino e o feminino),
Focando as pessoas ali presentes: 5+1, ou seja cinco pessoas e um cão pastor alemão. Numa relação mais próxima e de algum diálogo, sabe-se que o grupo é heterogéneo: o duo Razin e Corin, Amabela, Mundo e Pessoa mais, não um cão, mas uma cadela: a Life. Resumindo: Idades diferentes, géneros diferentes, culturas diferentes, sensibilidades diferentes… mas todos unidos num projecto ou numa aventura comum: REMANASCENTE.

Dando uma olhadela ao equipamento: duas canoas, um K1, pagaias, mochilas de 30 e 40 litros. Lá dentro?

- Conteúdo que foi colocado tendo em conta um princípio orientador, que a coluna agradece: peso total balizado entre 5 a 10% do peso de cada carregador/a, informa Mundo. (15)

Os rostos dos participantes, não reflectem qualquer medo ou apreensão, mas sim o encanto da liberdade inovadora que a aventura promete.

Metem as embarcações na água. Entram. A direcção da sua navegação? Já a sabemos pelo título: vão remar rumo à Nascente ou seja contra a corrente.

Qual o objectivo ou objectivos deste filme rodado em vidacolor? Que sentido? Que Mensagem?, são perguntas que flúem como a água do rio. As respostas? Serão dadas ou construídas nesta aventura tão singular que poderá ser sua, minha e de tantas outras pessoas.

Será que você leitor/a, imagina o que vai ser escrito, pelos participantes, no diário de bordo comum? Poderá ser interessante pegar em papel e lápis e escrever, imaginando um momento, um detalhe, desta aventura. Poderá conferir no final com o registo dos aventureiros que, não esqueça, remam à nascente ou seja contra a corrente…

Dê, não asas, mas remos à sua imaginação! Poderá até consultar os seus familiares, amigos…
Experimente!

domingo, 20 de setembro de 2009

COGUMELOS

Porque o Outono está a chegar e com ele os cogumelos, eis uma foto e uma quadra partilhadas pelo nosso amigo Soliño:


Da pureza infantil emergiu,

Quão espanto, ao deslumbrar!...

Um Boletus que ali surgiu

Na floresta, com o pai a caminhar...

PESSOA (7ª Semana)


Capítulo 4 – TERRA NOSSA DE CADA DIA

Ouve-se uma canção: “Minha terra é linda como…”- Leitor/a, reconhece estas vozes? São de um duo da minha juventude: DON.

Terra…. Partindo do sentido mais amplo: esse Planeta Azul fantástico, habitação de toda a Humanidade… Uma imensidão de histórias e de dados apesar deste planeta, desta nave, desta aldeia global… ser minúscula, só perceptível com a alma, no contexto dos Cosmos…

- E tão ameaçada, e nós com ela!!!
- Você, leitor/a tem razão.

Alguém nos interrompe com uma contribuição. É a adolescente X:

- Será necessário cortar a última árvore, pescar o último peixe e envenenar o último rio para nos darmos conta de que o dinheiro não se pode comer?

Agradecemos esta “profecia” ameríndia (que é também um dos lemas do GP, não é verdade RN?) apresentada não de uma forma afirmativa como no original, mas em jeito de pergunta. (12)
- Pensar global e agir localmente, diz uma jovem linda como uma floresta divinizada pela infiltração dos raios solares.

- Obrigado…?
- Amabela.

Agir localmente. Aproveitando a contribuição da Amabela, pegava na última parte. Por agora eu, narrador, animador ou facilitador, proponho fazermos um zoom desse Planeta ainda azul, embora muitíssimo ameaçado. Tal facto, está a desafiar o que de nobre e generoso ainda resta no Ser Humano.

Estão a ver? Esta é a terra nossa de cada dia: esse espaço que observamos, que percorremos, que tocamos… onde vivemos, nos movemos e existimos, no quotidiano. Vamos pegar nesta questão? Estão de acordo? Convido todos quantos quiserem e puderem a participar neste aspecto local da Terra Nossa de Cada Dia.

- Posso?, pergunta o Adolescente Y.
- Olá! Bem-vindo! Faça o favor.
- Que Terra? Nossa, de quem?.
- Alguém pretende responder?, pergunto eu narrador.
- Será o Campo? A Vila? A Montanha? A Cidade?... continuou o Adolescente Y.
Um simpático idoso contribui com o seguinte:
- Poderá ser qualquer espaço cujo nome possa ir de A a Z, desde que seja aquele/s onde, como já foi dito, nos movemos, vivemos e existimos no quotidiano….
-Estão de acordo?, consulto eu.

Unanimidade.

- Que pensa da sua Terra, interpela-me o Adolescente Z.

Eis a minha tentativa de resposta:

- Geograficamente está situada num amplo vale, que aos poucos vai ficando coalhada de construções. Alfabeticamente encontramo-la na letra D. Para mim, não é muito linda em termos paisagísticos… os locais mais bucólicos foram, praticamente todos, devorados por um predador poderoso mas descontrolado.

- O Urbanismo, diz alguém.
- Mas você ama a sua terra, as pessoas sabem disso. Porquê então essa paixão?, pergunta-me uma simpática velhinha que tem o nome da minha falecida mãe.
- Penso que é porque nela nasci, cresci, casei, vivo… e, neste percurso de vida, as minhas histórias cruzam-se com tantas de outras pessoas. Tudo e todos me fazem olhar, pensar e sentir este espaço como algo encantado, algo mágico…
- Alguma história? Uma só para começar, pede Amabela.

Sorri, e aceitei o desafio.
Como este espaço de comunicação por enquanto é geral, um dia esperamos desenvolvê-lo, eis uma para concluir este capítulo.

- Um dia sentei-me a uma mesa com alguém. Esta pessoa era considerada, pelos especialistas, como um doente do foro psíquico ou mental. Sentados os dois frente a frente, ele tomando um pingo e eu uma água, disse-lhe:

- Tu és o técnico e eu o doente.

E, continuei:

- Eu tenho um problema: Eu sou louco.

Imediatamente, como se tivesse a resposta carregada, com um sorriso lindo, disparou:

- Você é louco pela Natureza, pela Sobrevivência e pela Humanidade!

Aquele momento foi tão forte, tão carregado de energia, de humanismo que, espontaneamente, partilhei com a psicóloga e a assistente social ali presentes, a força recebida. Em jeito de conclusão, perguntei ao “técnico”:

- Quanto custou, o pingo?
- Quarenta cêntimos, respondeu-me, sempre sorrindo e brincando.

E eu conclui:

- Eis quanto me custou esta consulta!

Tão pouco, pensei-senti, por tanto que recebi. Este “técnico” não é um doente, quando muito está doente, não é assim, Dr. MP? (13)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

PESSOA (6ª semana)


Capítulo 3 – MUNDO PROCURA A FAMÍLIA

- O meu “prato” preferido é... “céus estrelados”.

Tantas vezes, nas mais diversas situações, muitas pessoas ouviram este detalhe, espontâneo, que caracteriza (Ed)Mundo: dormir ao relento, olhando os minúsculos pontos luzentes bem lá em cima no firmamento, é uma “outra comida” que energetiza esse rebelde louco.
Enquanto não adormece, Mundo vai mantendo um diálogo com o firmamento:

- Que olhitos tão pisqueiros vocês têm!

Eles piscam, piscam, piscam… A reflexão continua:

- Eu vejo-vos pequeninos… e eu, como sou visto por vós?

Silêncio eloquente.

- Penso que sou tão minúsculo que não me vedes, porque desapareço, nesta distância que nos separa… mas que, curiosamente, nos une… Talvez só me sintam esta cósmica paixão!
Olho para si leitor/a. Fixo os seus olhos… Esses seus olhos molhados dizem algo que ao longo desta aventura do espírito, será descodificado!

São 8 horas da manhã. O Sol já deu o seu beijo fraternal às suas manas que habitam as montanhas, as florestas, os vales, as aldeias, as vilas, as cidades…

Com uma mochila de sobrevivente, mundo deixa Carvalheda e dirige-se para a Bouça do Caneiro, perto de uma reserva integral. As flores, mestres em cores formas e fragrâncias, saúdam-no:

- Olá, Mundo! Que bom ver-te e sentir-te por estas paragens!, diziam num coro primaveril.

Leitor/a, que lhe diz o sorriso luminoso de Mundo?

Sabe Mundo é um paradoxo. É uma espécie de Filho Pródigo: desligou-se da família para procurá-la.
É, você tem razão, em abanar a cabeça: faz pensar em “loucura”!

O que é que Mundo nunca experimentou? Ele faz-me pensar naquela criança que à procura do seu brinquedo perdido, não se preocupava com o lixo que contaminava as suas mãos e lhe atacava o nariz.
Mundo é um espelho do pior e do melhor que, paradoxalmente, caracteriza “o mais profundo enigma da natureza: a natureza humana”. Obrigado, CC, pela força desta essência! (11)

Um efeito especial do Tempo e Mundo encontra-se noutro lugar da sua eleição: que é, para ele, o espaço mais nobre das proximidades da cidade BA.
Apesar de ser o dia 27 de Maio, está um dia “para se comerem as cerejas ao borralho”: chuva de molha todos e tolos, que dá ao ambiente um aspecto cinza-fumo, que oculta o vale; a temperatura andará nos 12 graus… Depois de uma volta por parte da Cerca, eis Mundo abrigado, solitário, sentado num dos 2 bancos, a escrever no átrio de uma capela vazia: S.B.
Leitor/a, Mundo será você? Serei eu, o narrador? Sabe, você e eu temos um valor que riqueza alguma do paradigma economicista pode pagar!
Dê uma espreitadela por um dos buracos de cada uma das meias portas (estas guarnecidas com uma espécie de puxadores de latão).
- O que vê?
- Um chão em pedra, um gradeamento metálico com barras verticais encimadas com pontas em forma de lança, quatro degraus de pedra e, nas paredes laterais, uns azulejos azuis e brancos cujo motivo não consigo perceber… Em cada uma das paredes uma janela e uma espécie de caixa ou espaço vazio em pedra.

- Você sabe qual é o significado deste escadório?
- Sim, li-o na placa interpretativa.
- Não será paradoxal que este troço de virtudes termine numa capela vazia?

Contemplo o espaço envolvente em 180 graus.
Ao longe a neblina soltou os aglomerados habitacionais, o verde próximo dos castanheiros, das camélias, dos buxos… Estão mais vivos.
Um avião voa para além das nuvens, um pingar constante mistura-se aos chilreios mais diversos da passarada (falta a guardiã da Cerca, para me ajudar na identificação, não é assim, Amélie?).
Eis uma espécie de metáfora da vida que nas suas manifestações mais plurais questiona Mundo, esse “louco” solitário que pode ser você ou eu.
Ouvem-se doze badaladas. Será meio-dia numa capela vazia?

- Porquê esta relação rimada?, pergunta você leitor/a ou perguntamos nós…
- Olhe para as construções que vão enchendo o vale. Desde que a luz da aurora realçou as cores na paleta do vale, que pensamentos, que sentimentos, que relações se pintaram nas telas individuais, familiares, sociais…
- Sim e….?
- Que mensagens transmitem os mais diversos quadros expostos na galeria da Vida, neste Domingo de Maio?

Neste espaço mental ou do imaginário, entra o duo Razin e Corin. Dizem duas palavras seguidos de dois pensamentos e desaparecem tão depressa como chegaram: Cinzento e Vazio. “Não ameis o mundo…” e “amou de tal maneira o mundo…”.

- Mundo, interpelo eu o narrador, que pretendem Razin e Corin com esta intromissão?
- O céu está cinzento, mas acima, brilha e aquece o Sol do meio-dia; o vazio permite encher… sou tantas vezes incoerente mas sou amado não tanto pelo que sou, social ou culturalmente, mas como poderei vir a ser o que sou em essência, ainda em semente, semente que acorda com a luz e o calor do meio-dia e… que poderá encher uma capela vazia….

Um casal, relativamente jovem, passa por mim, narrador. A senhora saúda-me:

- Boa tarde!
- Boa tarde!, responde…

Quem? O narrador? O/a leitor/a? Mundo?

domingo, 6 de setembro de 2009

PESSOA... (5ª semana)


Capítulo 2 – 4 em 1=SETE


A chuva regressara. Remetidos para espaços menos arejados, alguém numa roda de amigos, escreve a “equação” acima. Seguidamente pergunta:

- Em que vos faz pensar este enigma?

As respostas demoram. Algumas cabeças começam a “fumegar”.
E você, leitor/a? Talvez…

- 4=estabilidade: 4 pernas da cadeira, da mesa; 1=unidade: os dois numa só carne; SETE=perfeição: sete dias da semana, as sete notas musicais, as sete cores do arco-íris…

Como gostaria de conhecer outras leituras espontâneas, aquelas que a essência de cada um, é capaz de ler… Agradecemos desde já a partilha.

Alguém entra. É o par Razin e Corin, já vestidos de Outono.
Integrados no pequeno grupo, um sujeito de barbas grisalhas mostra aos recém-chegados a nossa equação.

- Eu conheço esta equação, diz Razin.
Corin sorri.

- E?, perguntam várias vozes.

Num plasma especial surge A, B, C… todo o alfabeto. A letra “E” dá um passo em frente. copy-past e eis um segundo. Seguidamente é a vez do “S” e, finalmente, do “T”. 1, 2, 3, 4, letras. Estas juntam-se e formam 1 palavra: SETE.
Cruzamento de olhares. Sorrisos…

- É uma possibilidade, diz alguém.
- Esta é a nossa hipótese, diz Razin.

Um adolescente, o Adolescente Y, diz:

- SE TE…
- calas
- até as pedras falarão.

Eis uma brincadeira séria, tecida pelos três adolescentes X, Y e Z.
Fiquei, eu narrador, a pensar: “eu conheço estas palavras”. Eu disse conheço?... Conhecer é ter contacto com, é estar conectado a… será ter um caso de amor com….?. Bem, voltemos ao diálogo.

- Com um coração…, inicia Corin,
- consciente, completa Razin.
- propomos, não impomos, a nossa tese, esclarece o duo R-C.
- A nossa apresentação não em videocolor, informa Razin.
- mas em Vidacolor, sublinha Corin.

No plasma da Vida uma série de imagens:

- Có có ró có !, apresenta-se o galo.
- Acorda, jovem acorda, entoa a Adolescente X, com o sorriso mais lindo do mundo (que exagero!)

Eis um puto feliz, num jardim, a cambalhotar.
Uns binóculos aproximam a imagem de um pequeno grupo a caminhar pela encosta de uma montanha rochosa.
Agora, o telescópio aponta para Órion, a enigmática constelação, considerada por muitos como a “porta do Céu”.

- Olhem que interessante!, dizem os avós, chamando a atenção das/do netas/o para um redemoinho de pó, que em forma de coluna, subia e descia os penedos do lado nascente da Serra de S. Mamede.

A energia e o mistério do vento, dando um espectáculo de beleza mas sussurrando também uma hipótese de medo, não acha leitor/a?

Corin chama a atenção para alguém que, num diário, regista as coordenadas do seu espaço preferido, até agora (será sempre?), o seu espaço de eleição. ´

- É ali, onde com alguma regularidade, acrescenta Razin, esta pessoa tem um caso de amor com as montanhas que o saúdam, a floresta que o abraça, o rio cristalino que o recebe no seu leito…

Leitor, pergunto eu o narrador, identifica-se com as pessoas/situações aqui apresentadas pelo duo Razin e Corin?

4 em 1=SETE… que mensagem? Talvez um dia possamos partilhar leituras possíveis, sobretudo as do hemisfério direito (passa por mim, onde, sentado numa cama de rede presa a dois jovens carvalhos, escrevo, um par jovem, vindo da direcção da entrada da mina das aveleiras).

- Mal educados! Não te saudaram!, protesta, no meu espírito, a irreverente adolescente X.

A minha resposta? Apenas um sorriso e um sentimento de respeito e de bênção…

São 11h25. Tenho que abandonar este espaço nobre, com uma natureza pacífica, sorridente e amiga, para me dirigir em seguida para um espaço urbano onde terei um diálogo com alguém, sobre um assunto muito delicado que oferece mais uma oportunidade para nos humanizarmos.